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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Livro Caminhos parte 3 e 4

3


Passado algumas semanas,todos se perguntavam o que aconteceria com Marcos. Até mesmo ele. Sabia que não poderia voltar a vida festeira até porque não tinha dinheiro pra isso.
A solução veio de duas direções. Sua mãe havia lhe deixado uma quantia significante em dinheiro,resultado de economias e investimentos. Vítor também propôs um negócio onde ambos poderiam ter uma chance de sucesso. O conhecimento de Vítor era impressionante,sabia todos os segredos de Marketing e Comércio mesmo tendo apenas começado a faculdade de Administração.
Era muito relaxado mas tinha tino pra negócio. Puxou ao pai que gozava de seus investimentos certos na bolsa de valores.
Marcos sempre foi inteligente mas afastou dele muitas oportunidades,decidiu então gerenciar o negócio do amigo que usava a ideia de venda de roupas no maior centro comercial da cidade acoplado com uma cafeteria. Vítor sabia que comprando ou não as pessoas sempre gostam de café,café puro,com leite,com chocolate .... e estava certo.
O namoro de Marcos e Dora também corria bem mas algo incomodava o casal. Marcos não queria que Dora se tornasse médica pois achava que perderia ela para o trabalho. O tempo passou e depois de 4 anos Dora se formou,era agora uma médica cirurgiã. Marcos corria para administrar a empresa e sempre que podia tinha a ajuda do Vítor que estava terminando sua faculdade. Vítor era um pouco parecido com Marcos e não mudara. Gostava de festas ainda apesar de ter diminuído o ritmo. Diferente também de Marcos ele tinha uma namorada fixa a Helena,mas não dispensava as ficantes. O que atrasou a conclusão de sua faculdade. Seus pais não desistiram do exterior e cada dia viajavam mais,pareciam adolescentes em lua-de-mel. Vítor sentia falta dos pais e sempre que podia viajava para vê-los. Marcos e Vítor começavam a se tornar diferentes mas a amizade nunca era abalada. Vítor sempre agindo como adolescente e Marcos como adulto. Dizem que almas gêmeas não existem ou que são casais enamorados mas Marcos tinha em sua vida três almas gêmeas,seu irmão Vítor,Dora que o completava e sua melhor amiga Alice que continuava solteira e trabalhava com ele. Namorava agora com o Paulo,eram um grude só. Tanto que se casaram em seguida.
Apesar de Dora e Marcos quase não se verem o amor deles parecia não ter diminuído,ele sempre a olhava como se a visse pela primeira vez.
Dora resolveu se especializar em cuidar de crianças e deixou a cirurgia de lado pois estava ficando muito cansada com isso conseguiu mais tempo para Marcos,passando a ficar mais noites com ele.
Com isso chegou a vida deles um gênio indomado,temperamental chamado Daniel Augusto,foi uma gravidez repentina e dolorida pois ele chutava muito e não sossegava nem um minuto. Nesse mesmo tempo a Helena,namorada do Vítor ficou grávida também. Vítor estava muito assustado em ser pai o Marcos também,porém o Marcos sabia que teria que enfrentar seu medo e cumprir a promessa feita a sua mãe e isso o fez ajudar Vítor a superar seu medo. Como amigos e irmãos,os dois saíram pra beber e decidiram competir pra ver quem seria o melhor pai,foi aí que Marcos se deu conta que conhecia Dora há 5 anos e não havia casado com ela ainda então disse ao amigo que pediria a ela que se casasse com ele. Vitor então propôs que fizessem o pedido juntos e se casassem na mesma data. Um olhou pro outro em silêncio e caíram na risada,não sabiam se falavam a sério ou era brincadeira,mas no final perceberam que seria uma grande ideia. Tantas coincidências deveriam ser comemoradas com uma grande ideia.
Assim decidiram e o segredo trazido com Vitor estava prestes a ser tornar um grande pesadelo.....








4


Vitor era um dos partidos mais disputados junto com Marcos,não era a toa que eram amigos. Tinha porte de modelo,magro,rosto grande e expressivo. Sobrancelhas grossas que chamavam mais a atenção pelos seus olhos castanhos esverdeados. Sempre estava brigando com o pai por causa do longo cabelo que o desaprovava. Entraram em um acordo e resolveu então cortá-lo
pela metade. Não foi o que seu Antônio queria mas já era um começo.
Seu Antônio e Dona Ana sempre tiveram vontade de ter filhos mas nunca puderam,até que depois de uma longa viagem a Recife que demorou 2 anos,comemorando seus 30 anos de casados,chegaram com um pequeno bebê. Ninguém fez muitas perguntas mas a desconfiança sobre sua origem era nítida entre os amigos. Como viajavam muito os comentários foram diminuindo com o tempo. Vítor foi muito bem educado mas era uma dor de cabeça para as empregadas,bagunçava as coisas de propósito e se escondia. Depois de ver o desespero das coitadas ele acabava por ajudá-las e quando ficou mais velho tinha a mania de paquerar as mais novas. Isso enlouquecia a mãe.
Certa vez seus pais chegaram em casa muito nervosos,discutindo e dois dias depois se mudaram para Nova Yorque. Todos os amigos e especialmente seu filho não entenderam nada,pois apesar de várias viagens eram loucos pelo Brasil e nunca estivera em seus planos morar em outro lugar,como tinha 17 anos foi obrigado a ir junto com os pais.
Entre faculdades e dormitórios de campus fez muita amizade e usou muitas drogas. Mas isso foi mudando ao ver como a droga ia destruindo jovens vidas,inclusive de um que para se livrar enforcou-se no jardim do campus. Tomou consciência de que não queria acabar daquela forma.
Mas não desistiu das bebidas e festas.
Tinha um colega de quarto,o Peter,que era viciado e lutava para vencer. Tinha crise de depressão e
nervos,usava crack e maconha. Vítor sempre o ajudava a passar por essas fases e aparentava uma melhora. Numa certa noite de domingo ao voltar da casa dos pais viu o campus cheio de gente e uma ambulância,ao aproximar viu Peter ser colocado numa maca todo ensanguentado. Tinha cortado os pulsos após uma crise de depressão. Ainda estava vivo quando foi achado a tempo pelo
outro amigo que também o ajudava as vezes. Vítor pediu permissão para acompanhá-lo ao hospital e foi autorizado pelo policial.

Ao perceber que Peter precisaria de sangue começou a perceber detalhes antes nunca notados. Seu tipo sanguíneo era diferente dos seus pais e seu biotipo também. Começava ai uma tortura para Vítor em descobrir porque seus pais mentiram sobre a adoção e sobre quem era seus verdadeiros pais.
Ele nada queria falar queria agir da mesma forma e resolver todo o mistério sozinho. Pesquisa por horas em bancos de dados de várias instituições,perfis traçados,conversas com amigos de seus pais que antes não eram nem notados por ele.
Vitor era muito inteligente e sua astúcia desenvolveu-se mais ainda com sua faculdade. Sabia conduzir bem a conversa para que ninguém desconfiasse de suas perguntas. Articulado ele já começava a chegar perto quando o destino fez com que ele parasse tudo aquilo. Algo travou sua busca quando ao mesmo tempo seu futuro profissional começou a se tornar preocupante.
Ele tinha que diminuir o ritmo ou sua faculdade já era. Suas notas apesar de razoáveis deixavam a desejar ao seu perfil e a expectativa que todos criaram sobre o profissional que ele se tornaria.

Os anos passaram e Vitor se formou,todo esforço feita na busca de sua identidade agora eram apenas um monte de papéis sem sentido algum. Até que por uma ironia ele notou uma observação feita pelo Rômulo,motorista da família que estava contratado na época em que seus pais estiveram em Recife.
Com alguns dólares conseguiu enviar uma pessoa ao Brasil investigar um misterioso homem que sempre rondava a casa e falava de forma exacerbada com seus pais,antes descartado de sua atenção por pensar que era marginal bêbado que incomodava a vizinhança. Mesmo sendo horrível a ideia de quem esse homem poderia ser ele estava mais obstinado que nunca pra descobrir tudo.

Enquanto isso,os pais começaram a prestar atenção no filho,cada vez mais furtivo,distante.
Anthony era um ex detetive da CIA,no limiar de sua carreira decidiu associar-se com uma das maiores gangues de Boston e ganhou muito dinheiro.
Pensava que seu treinamento faria com que seus superiores nunca descobrissem de suas atividades. Seu parceiro montou um esquema que o pegou no meio de uma interceptação de produtos roubados o que resultou em uma pena de 10 anos de reclusão,extirpação de seus bens e uma promoção ao seu parceiro.
Ao sair da cadeia mudou-se para Nova Yorque afim de começar do zero. Montou uma agência de investigação que produzia bons resultados mas que em nada lembrava a boa vida conquistada com seus roubos,mas ele estava conformado em aceitar. Não tinha como cruzar mais a linha. Não agora com quase 50 anos,duas filhas e uma esposa doente.

Recebeu a missão do Vítor com uma chance de provar que ele havia mudado e após um mês no Brasil retornou com mais do que Vítor esperava. Ele sabia quem era seu pai,sua mãe e sabia que tinha um irmão em Aracaju.

Rodolfo.... Rodolfo dos Santos. Esse era o nome do pai de Vitor. Um homem agora beirando os 55 anos mas aparentava mais de 60.Rosto vincado de olhos verdes,maltrapilho agora era residente do Presídio Municipal. Sentenciado por estupro,roubo,extorsão e um assassinato que jurava nunca ter cometido. Todos diziam que depois da prisão de nada lembrava o homem que atormentava as mulheres do povoados .Andarilho sempre em fuga rodou por vários estados e mantinha-se sempre em cidades do interior,pequenas para não ser descoberto.
O pobre coitado não tinha muita habilidade em seus roubos e só conseguia o suficiente para bebidas,cigarros e pernoites em lugares chinfrins.
Tentou se endireitar algumas vezes mas seu instinto marginal era maior que sua força de vontade.
Não tinha família,a que restava em Juazeiro o renegou e acabou morta em um incêndio 5 meses depois. Acredita-se que tenha sido ele mas ele sempre negou a autoria do crime.
Ele conseguiu por três vezes fazer um comércio de tráfico de bebes,foi nesse compasso que ele acabou preso. Dois desses bebês não eram dele e havia um quarto que ele desistiu de vender por amar demais a mulher com a qual ele tinha ficado. A mãe do Vitor havia morrido durante o parto e Rodolfo era do tipo pai,resolveu se livrar da melhor forma,a mais lucrativa. Isso abriu uma ganância nele que o levou a roubar mais duas crianças e vende-las. Mas esse comércio era perigoso e ele não podia vacilar muito.

A venda forneceu um bom dinheiro a ele mas depois de um tempo precisava de mais e começou a extorquir seus clientes afim de conseguir mais dinheiro. Quando fez a tentativa de extorsão pela terceira vez com os pais de Vitor ele acabou sendo preso. Tudo sem alardes,como requisitaram,sem sirenes e sem muitos policiais.

Vitor agora precisava encarar o que tinha mexido,o que ele queria tanto descobrir.
Que tipo de homem ele tinha como genitor. Ele precisava agora falar com seus pais e tentar entender tudo que aconteceu. Havia mais uma perguntava antes de mais nada: quem seria seu irmão? O que aconteceu com ele?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

maturidade

Há pessoas que quanto mais velhas se tornam menos maduras,posam de criaturas sábias quando na verdade não são.Pessoas que pode dar tanto mas por medo de serem pessoas se tornam amargas,vingativas,que gostam de pisar e usar o outro por acharem que o outro agirá da mesma forma sem dar ao menos a este a chance de provar que estão erradas.
Não vou dar uma de professor e dizer aqui o que é certo ou errado,porque não sei.Sou apenas um pequeno aprendiz nesse louco planeta que cada dia aprende coisas novas,sentimentos novos.
Sei apenas que se for para me tornar um terráqueo não quero ser assim.Quero amar sem medo mesmo que machuque,quero confiar mesmo sendo traido,quero tratar bem mesmo sendo chutado.Mas existem limites a serem considerados,pois não há moscas mortas com problemas analíticos kkkk
Há que diga que isso é coisa de pessoas involuidas espiritualmente ou de gente otária,pois então que assim o seja.
Cada um necessita de uma oportunidade de fazer algo,porém se as perdem ...o tempo da a resposta.
Vamos tratar melhor que esta do nosso lado,sem esperar nada em troca,vamos ser cordiais,vocês são seres humanos e não robos sem sentimentos.

Essa mensagem vai especialmente a

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

compartilhando






O Vazio da Alma



Fernando de Almeida Silva

Editor

www.iasdemfoco.net





Esquecer o passado não é tarefa fácil para qualquer pessoa que se vê diante da realidade do presente e dos desafios do futuro. Haverá sempre uma recordação dolorosa, um momento ruim, uma nostalgia silenciosa, separando esses dois tempos da vida que nunca se encontram: quando o futuro chega, o presente vai para o passado, com a noite no meio deles, impedindo que se vejam.



Até mesmo uma pequenina cicatriz, dos tempos de criança, serve para lembrar o tempo da vida que passou. É como se, aos 30 anos, olhar para uma fotografia, feita há vinte, e sentir saudade da juventude que foi embora. Todos os momentos daquele “instantâneo fotográfico” vêm à mente, para despertar o passado adormecido e que volta como num filme, que assistimos pela segunda vez.



Olhando com saudade para a fotografia, voltamos a uma época da vida, cheia de encanto e beleza, à semelhança de um pássaro, tentando agarrar o Sol. A dor aperta o coração. A lágrima desce, em silêncio, à procura de explicações, como o riacho que, à procura do mar, revela seu sofrimento, nas lagrimas das corredeiras. Os “fantasmas” das recordações invadem a alma. Nada foge às lembranças do passado. Recordamos, por exemplo, os mínimos detalhes da fotografia, como se a mesma tivesse sido feita no dia anterior, mas, com a certeza de que já se passaram 20 anos e tudo ficou diferente. Aquele dia jamais voltará. E, com o passar do tempo, a fotografia sempre ficará mais velha e a vida nunca será a mesma.



Esse sentimento de desamparo e abandono, que sentimos na vida presente, sem probabilidades de retorno às alegrias da vida que passou, é o responsável pelo que chamo de “o vazio da alma”, e que, em um momento ou outro do tempo da vida, apresenta-se como um fantasma liberto, para nos perturbar e fazer sofrer.



O vazio da alma é aquela insegurança que fica no coração, em forma de medo, sofrimento e dor, debulhando-nos até a extrema aflição sofredora, buscando explicações do Eu - divino confortador: o coração suplicante. E, em muitos casos, a “conversa” do vazio da alma, com o coração suplicante, deixa marcas tão profundas, que nos leva à cruz do calvário humano. Essas tristezas que vêm e vão, podem ser boas para chorar as lembranças amargas do passado, mas não, para os tempos alegres da vida, porque refletem as desilusões que queremos esquecer, além de provocar sentimentos de perdas, que não podemos corrigir jamais.



No filme de George Stevens (Oakland, 18 de dezembro de 1904 – Lancaster, 8 de março de 1975), Shane (Os Brutos Também Amam), de 1952, Shane, o personagem de Alan Ladd, comovido e sofrendo pela iminente separação do amor que conheceu de repente e a ele se apegou em tão pouco tempo, e comovido pela impaciência da espera, antes de partir, diz, melancolicamente, para Marian (Jean Arthur), esposa do homem (Van Heflin) que o acolheu em seu pequeno rancho: “Nunca é um tempo muito longo”.



Nem sempre realizamos os sonhos da vida. O futuro fica muito distante e, possivelmente, nunca chegaremos lá. Imaginamos o amanhã como um tempo longe demais e que demora a chegar. A porta da incerteza fica sempre fechada para a esperança, mas, aberta para a impaciência, a dor e a saudade. E, às vezes, nos esquecemos de que a esperança é a única porta aberta às nossas aspirações de sucesso, visto ser ela que nos possibilita juntar os pedaços da alma partida e perdidos, ao longo do caminho da vida.



Muitos são os motivos que causam o vazio da alma. E o principal deles é a impaciência da espera. Temos pressa em querer que o tempo junte os pedaços da alma espalhados e perdidos nos campos da vida, sem levar em conta a contagem do próprio tempo e os apelos da esperança que, em sacrifício de espera, resigna-se com o tempo, para confortar o coração.



O que nos leva a sentir saudade, tristeza, aflição e dor? O que nos leva ao vazio da alma, mesmo mantendo a esperança?



É o “tamanho” do tempo que esperamos. A distância do tempo, do presente, para o futuro, tendo como referência o passado. Nossa impaciência não se conforma com a demora da espera. Queremos o futuro “hoje”, aqui e agora, mesmo sabendo que os dias da vida têm seus próprios caminhos, desde os tempos imemoriais da Criação. Mesmo assim, insistimos em querer o futuro mais depressa, apenas para satisfazer nossa vontade. E nos esquecemos de que o tempo que queremos pode está muito distante e demora a chegar. E, quando chega, não é para atender nossa vontade somente, mas, para continuar seu caminho, na formação dos tempos eternos do passado, cujo Sol brilhou para todos, no tempo presente da vida de cada um. E é por isso que sentimos saudade, tristeza, mágoa, alegria e dor.



Sentir saudade é sofrer de angústia continuada, que a dor da separação torna possível, o tempo aumenta e o coração acolhe. A saudade é medida pela intensidade da recordação de cada momento (e a vida é feita de cada momento!), da emoção e da sublimidade do coração. É a voz interior da alma, falando aos sentimentos, com palavras de amor e ternura, e confortando-nos com as alegrias do passado, no coração da vida presente.



Tristeza é a aflição da saudade ante o altar da alegria, nos átrios das horas dos dias e na amargura do tempo que passa. É a quietude da alma ante o semblante da recordação, do Ser em contrição de humildade, quando, ajoelhado, e em prantos de medo e súplicas, implora por compaixão, diante do Criador.



A Mágoa é a lágrima das súplicas do coração, da saudade, da tristeza, da dor, para libertar-se das armadilhas da vida. É o calvário da alma, que sangra de amor e ódio, transpassada de sofrimento e dor, pelas setas inflamadas da ingratidão, de quem a ânsia da vida presenteou com a angústia da solidão.



Inquietude é o desassossego que chora e rir dentro de nós, sem explicações para as horas, que brincam como crianças no jardim da vida, cujo aroma de suas flores, mesmo machucadas e caídas pelos caminhos, enche de perfume o ar que os peregrinos da fé respiram.



E a alegria, essa travessura que o coração-menino exibe, anda de mãos dadas com a beleza dos sentimentos. Ela nada mais é senão o deus-menino que brinca e rir com nossas inquietações, olhando-se no espelho da alma, na ternura do coração e na meiguice de cada momento.



A alma nada mais é senão o corpo, de células multiplicadas, que nascem e morrem todos os dias, nos intervalos de tempo da vida, com tempo para nascer e morrer. É a alma mortal, a carne, os ossos, a matéria física, o corpo material, que se decompõe na terra e se torna pó, tal qual pó era, antes do sopro Divino: “Então formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” – Gên. 2:7, sendo, portanto, ao morrer, uma alma... Morta!



O postulado supremo da Teologia, da origem divina do homem, é este: “Deus disse: façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança...” – Gên. 1:27 (BJ), mas, com a certeza de que o homem veio do pó da terra, do barro inativo, sem forma, modelado “à imagem” e “semelhança” de Deus; que recebe o fôlego divino da vida e se torna “Alma Vivente”, coroa da Criação, à imagem e semelhança de Deus... No caráter somente.



A maioria dos comentaristas da Bíblia define a palavra Alma como sendo um vocábulo impregnado de filosofia platônica e idéias gnósticas. E Genésio, autor de um conceituado dicionário de hebraico, disse que Nephesh (alma) é “fôlego”, espírito vital, o mesmo sentido semântico do grego Psiquê e do latim Anima. E E.W.Bullinger afirmou que alma é “a vida manifestada nos animais”.



O vazio da alma continuará existindo enquanto existir vida humana na Terra, passível de esperança e paz: da terra viemos um dia e para a terra voltaremos também um dia, assim o tempo da vida determine. Devido a essa realidade plausível, é possível compreender que somente em Deus podemos encontrar refúgio, calma e paz, como antídotos às tormentas que assolam o cotidiano da vida.



Por isso canto a alegria, a beleza e o triunfo do amor. Canto a paz, a calma, a esperança e a sublimidade do coração. E sonho com a esperança de um futuro melhor para todos, segundo a promessa de Deus. Sonho, ainda, com o toque suave e restaurador da misericórdia divina, em cada coração, que Deus preencheu com esperança, amor e paz, a fim de acabar com o vazio da alma, que o tempo da vida deixou.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Livro Caminhos parte 2

Desorientado e assustado Marcos acordou com os gritos de uma mulher que clamava por remédios no quarto ao lado. Olhou para a cama e não viu sua mãe,o medo tomou conta dele e nesse momento uma linda jovem entrou no quarto acompanhada pelo médico. Era a enfermeira Dora ou Auxiliadora. Adotou encurtar o nome pois não achava ser uma nome forte para alguém que queria ser médica. Ao contrário de muitos jovens ela achava que se tornasse uma boa enfermeira poderia ser uma boa médica. Aos 19 anos ela já tinha terminado o segundo grau e estava finalizando o estágio no hospital metropolitano.
Com cabelos castanhos e olhos amendoados,Dora era a favorita dos médicos e pacientes. Não só por sua beleza mas pelo carinho em que se dedicava a função.
Marcos não notou sua presença e antes de falar algo o médico o acalmou informando que sua mãe tinha acabado de tomar banho e já estaria retornando ao quarto. Tranquilizado Marcos percebeu a garota quando ela suavemente informou que sua mãe ficaria bem.
Apesar do impacto entre o olhar dos dois e a atração nenhum deles tinha concentração suficiente para deixar o destino agir. Um pela situação que o preocupava e Dora pelo simples fato de não ter interesse em rapazes. Ela nunca tinha namorado e rejeitava todas cantadas. Dizia que a profissão em primeiro lugar e rapazes no último dos lugares.
O que ela não podia negar é que ficou balançada por aquele jovem assustado.




Quando chegou no final da tarde Dona Maria não apresentou melhoras e sua alta foi suspendida.
Marcos passara o dia se desculpando com sua mãe e contando coisas sobre sua vida. Algo que Dona Maria sempre esperou ouvir dele mas nunca pode. Havia algo novo dentro dele e que espantava a todos os amigos que visitavam Dona Maria. Com ele ninguém comentava nada mas com sua mãe todos indagavam e teciam teorias. Ao ir em casa trocar de roupa sua mãe ficou acompanhada de Alice que teceu a melhor explicação. Ela disse que as vezes as pessoas se focam dentro de si e se fecham para os outros,não permitem que ninguém entre. Com medo de que se vão. Essa mesma forma era usada com a mãe pois dessa forma não a perderia.
Dona Maria concordou e adormeceu.





Os dias se passaram e Dona Maria não era liberada apesar de ter aparentemente melhorado. Havia um coágulo na veia aorta que minunciosamente era monitorado. Ela resolveu secretamente marcar a cirurgia arriscada que agora precisaria ser feita de qualquer forma.
A tensão de passar vários dias no hospital só era amenizada por ver seu filho mudado. Era como ser mãe novamente,como ter apagado qualquer erro e ter feito tudo do jeito certo.
Marcos continuava intensamente preocupado,mas Dora conseguia sempre acalmá-lo com seu olhar e palavras doces. Todo mundo percebia a fagulha entre os dois,até mesmo Alice. Parecia que a mudança fez o interesse desaparecer. Alice era atraída pela forma bruta e fria de Marcos e não pelo garoto dócil e ajuizado que se apresentara a todos repentinamente. Talvez fosse hora dela se concentrar no Paulo,amigo de farra do Marcos que sempre teve uma queda por ela mas se embananava todo na hora de chamá-la para sair.
Paulo era um galego tipo surfista,atrapalhado e palhaço. Não tinha sorte com garotas,quando conheceu Alice,ficou apaixonado. Tentava sempre estar perto dela,mas ela nunca o olhou diferente.
Achava-o bonito mas seu coração era de outro.
Marcos olhava Dora entrar no quarto e pensava como falar com ela mas nunca achava as palavras certas. Parecia que ele tinha perdido o jeito com as mulheres pois não conseguia falar direito com ela. Alice também pensava em como se entregar ao sentimento mas sempre deixava pra depois.
Numa noite ao terminar seu turno,olhou pra Marcos no corredor e seu corpo parecia ter vida própria. Foi de encontro a Marcos ,sem pensar muito,e o encostou na parede beijando-o. Esse beijo desconcertado e sem jeito é recebido pelos dois com risos. Afinal ela não sabia beijar pois nunca tinha namorado.
Gentilmente ele segura seu queixo e lhe diz sussurrando :eu te ensino,não tenha pressa!

Marcos que agora estava feliz como nunca visto antes por sua mãe,resolve contar o ocorrido.
Dona Maria recebe a notícia como se tivesse cumprido uma missão e muito feliz segura a mão dos dois e pede que enquanto os dois ficarem juntos,um sempre faça o outro feliz e antes de brigarem conversem. Com a voz agora trêmula pede a Dora que lhe traga água e olhando nos olhos do filho lhe diz:
não fui a melhor mãe do mundo mas fiz o melhor que pude,não sou perfeita e não posso esperar que ninguém seja. Mas pelo que você nunca deixe o ódio comer sua alma,como comeu a minha. Por muito tempo tive ódio do seu pai e quase perdi você.
Marcos : Porque esta dizendo essas coisas mãe?
Dona Maria: Ouça bem o que lhe digo. Você já é um homem e deve se portar como um. Por vários dias vi seu olhar para com essa garota e se for para agir como você agia com as outras é melhor não ir a frente. Mas se for sério,a faça feliz a cada dia de sua vida
Talvez eu não possa mais encher seu saco com conselhos de uma mulher velha. Quero que você me prometa algo....
Marcos: Claro,mãe,qualquer coisa.
Dona Maria: Quero que você tenha filhos e que tente ser o melhor pai do mundo,tente ser aquilo que você nunca teve e não se perca. Seja digno e correto e se não conseguir quebrar os obstáculos no seu caminho … escale-os... A vida só nos é ofertada uma veze cabe a nós preenchê-la de experiências,acertos e derrotas.



Como um soldado ele responde :
Marcos : Sim mãe,eu prometo!

Marcos começa a chorar e sua mãe fecha os olhos,nesse momento Dora que ouviu o fim da conversa entra no quarto e pede para que ele se tranquilize pois ela apenas adormeceu.






Passado uma semana a cirurgia estava marcada,havia uma luta do médico com Dona Maria para que ela informasse ao filho. Ela sabia que ele não deixaria ou se deixasse ficaria muito preocupado. Logo agora que estava tudo tão bem com ele e Dora .... Por fim disse que ele só poderia ser informado quando começasse a cirurgia e assim foi feito,antes do procedimento o doutor perguntou o porque da relutância e ela então disse lacrimejando:

Meu filho sempre viu uma guerreira em casa e se acontecer alguma coisa comigo quero que ele lembre de mim dessa forma e não como uma moribunda.

O médico então calou-se.
Marcos quando avisado tentou entrar na sala mas foi impedido. Todos estavam ansiosos,inclusive Dora que soube de tudo uma dia antes e preferiu não participar da cirurgia .
Dona Maria não resistiu a cirurgia,o o coágulo comprometeu uma válvula e fechou a circulação. O coração que parecia forte deixou de bater








2

Jasmins,orquídeas e margaridas. Nada de rosas,Dona Maria era alérgica mas as vezes teimava em cheirar uma ou outra. Mércia e Marieta,suas irmãs, foram informadas por telefone mas estavam resolvendo assuntos particulares e não compareceram. Mas estavam presentes os antigos patrões de Dona Maria,o Joaquim dono da banca de frutas que tinha uma queda por ela apesar de casado com Dona Vitória,quase uma outra tia de Marcos. Estavam lá também Alice,Paulo,Dora,Sônia e os vizinhos que gostavam muito dela. Marcos havia desaparecido e o funeral corria comandado por Dona Sônia.
Marcos tinha um grande amigo,o Vitor mas ele se mudou com os pais para os Estados Unidos quando tinham ambos 17 anos. Desde então a comunicação entre os dois tornou-se rara até Vítor ter sido informado no msn pela Alice que Dona Maria estava no hospital dois dias antes da cirurgia. Vítor já estava com planos de voltar ao Brasil pois não aguentava a vida corrida e conturbada dos nova-iorquinos,acabara de conseguir uma bolsa na faculdade de Nova Yorque mas decidiu por uma vida mais tranquila. Mas o motivo maior era outro,guardado em segredo.

Marcos e Vítor eram amigos desde a pré adolescência,quase irmãos. Dividiam tudo menos as namoradas. Tinham costume de ir a parte mais afastada da praia para esquecerem os problemas.
Sentavam na areia com os pés atingidos pelas ondas por horas sem dizerem nada. Era o refúgio deles. Era o único com o qual Marcos se abria,que sabia todos os acontecimentos de sua vida.

Vitor pegou o primeiro voo mas teve que parar em Recife por um problema no avião. Sabia que
o amigo estava mal e precisava ir ao seu encontro. Em Recife ligou para Alice e recebeu a notícia da morte de Dona Maria e o sumiço de Marcos. Ao chegar na cidade foi direto à praia onde sabia que o amigo lá estaria.
Dito e certo, ao descer viu o amigo de costas ,sentado sendo coberto pelas ondas sem se mover.
Curiosos olhavam mas não chegavam perto. Pediu ao motorista do táxi que o esperasse,tirou o sapato e sentou ao lado do amigo que levantou a cabeça e ao ver seu irmão,chorou. Queria falar mas a voz estava embargada,o amigo fez sinal de silêncio e o abraçou. Com calma colocou seu braço no seu ombro e o levantou guiando-o até o táxi,sem protestar.
Chegaram ao funeral,trocaram de roupas e levaram o corpo ao enterro. Marcos nada dizia,não havia reação em seu rosto,só lágrimas.
Despediu-se da mãe com um pequeno jasmim que foi colocado sobre seus lábios gelados.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

serie two and a half men

Two and a Half Men | Estreia da nona temporada tem recorde para a série
Brigas e entrada de Ashton Kutcher levaram quase 28 milhões de pessoas ao programa
Érico Borgo
20 de Setembro de 2011
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O primeiro episódio da nona temporada de Two and a Half Men, o primeiro sem Charlie Sheen, superou as expectativas da CBS.

A estreia teve 27,7 milhões de espectadores, um recorde para a série, sendo que desse público, 10,3 milhões de pessoas estavam no grupo demográfico de 18-49 anos (110% acima da estreia da temporada passada).

A curiosidade do público foi aguçada pelas brigas públicas entre Sheen e a produção da série - e a entrada de Ashton Kutcher no lugar do ator. Resta saber se a nova fase conseguirá manter o público obtido nos próximos episódios.

blog da bethania

Maria Bethânia desiste de blog polêmico
Container Conteúdo – 2 horas 32 minutos atrás


Tanta polêmica por...nada! A cantora Maria Bethânia, que causou polêmica ao captar uma verba de R$1,3 milhão (via Lei Rouanet) para ter um blog de poesias, simplesmente desistiu da ideia.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da “Folha de São Paulo”, a assessoria de imprensa da Abelha Rainha afirmou que Bethânia não fará mais o blog e se dedicará a outros projetos que não estejam ligados à página.

Além disso, atualmente a cantora está em estúdio, gravando seu mais novo disco. Não foi revelado os motivos da decisão.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Livro Caminhos 01 parte

CAMINHOS

E se você se perdesse em pensamentos perguntando qual seu propósito nessa vida?
E se você descobrisse que a resposta está nos olhos de quem te vê?





1


Era por volta das 2h da manhã quando Marcos chegou em casa. Cedo para quem gostava
de farrear até amanhecer o dia. Ele tinha acabado de brigar com uma de suas várias namoradas
e estava sem humor para continuar na festa. Não gostava de ser pressionado e principalmente não gostava de que ficassem em seu pé,não queria namorar com a garota com a qual ficou aquela noite.
Depois da confusão decidiu por ir pra casa descansar. Ninguém sabe ao certo se isso foi um chamado do destino para que ele encontrasse sua mãe no chão da sala a tempo de salvá-la.
Dona Maria,como todos a chamavam,sofria de problemas de pressão e coração e seu estado se
agravou após os 40 anos .Fazia faxina e lavava roupa pra fora quase todos os dias da semana.
Seus pais haviam lhe deixado uma certa fortuna,mas ela nunca quis mexer no dinheiro. Suas irmãs,ao contrário,aproveitaram muito bem. Seu orgulho era grande pois nunca teve o apoio dos mesmos para criar o neto. Queriam que abortasse.
Apesar de sua vida corrida e duplicada para manter a casa e os estudos de seu filho,ela nunca demonstrou cansaço e nunca deixou faltar nada.
A casa humilde era provida de tudo necessário,ela tinha uma noção de economia que fazia seu dinheiro render e a freguesia era fiel. Mas seu corpo foi cansando,não aguentou o ritmo e seu estado de saúde se agravou e ela foi obrigada a se aposentar mais cedo por incapacidade trabalhista.
Marcos nunca deu trabalho como filho mas parecia não se importar muito com os esforços da mãe.
Tirava boas notas e não fazia muita bagunça,era calado desde pequeno e isso incomodava um pouco sua mãe que sentia falta de alguém para conversar. Ela era abençoada por bons vizinhos,como Dona Sônia, que sempre estavam a sua porta a trocar ideias e tirar o silêncio dos seus ombros.
Marcos ao terminar o segundo grau começou a namorar muito,ou como os jovens de hoje chamam,ficava muito. Nunca ficava mais de uma semana com a mesma garota e nunca demonstrava interesse por nenhuma. Farreava até o amanhecer e não ouvia nada do que sua mãe lhe dizia. Bebia muito,chegava tarde e enchia sua mãe de preocupações.
Jovem e bonito,com cabelos castanhos e olhos azuis,era disputados por todas as garotas do colégio.
Seu porte atlético também ajudava apesar de ser péssimo nas atividades físicas. Marrento,impetuoso e com um gênio difícil era o pesadelo dos professores,tinha mania de corrigi-los e dizer o que pensava sempre. Demonstrava-se frio sem se importar com nada ou ninguém. Sua atenção apenas era conseguida por poucos,como Alice,Vítor e Paulo ou com alguma garota nova com a qual ainda não tivesse xavecado.
A mãe sentia falta do garoto calmo dentro de casa mas entendia que o que acontecia com ele era uma fase,coisa de adolescente. Mas o ritmo se manteve e a conclusão do segundo grau atrasou.
Com 22 anos não se interessava nem por conseguir um pouco de independência,por um trabalho. Mas nessa noite algo aconteceu com Marcos....
Ao ver sua mãe no chão um calafrio percorreu sua espinha e ele percebeu que poderia perder a única família que tinha. Parecia que uma crosta tinha se quebrado e um outro Marcos mostrou-se.
Começava ai uma reviravolta na vida de um jovem rebelde que mudaria a vida de outros a sua volta também.




Dona Maria tinha duas irmãs que foram morar no estado de São Paulo há 10 anos atrás e quase nunca mandavam notícias,Dona maria ao contrário sempre estava a ligar ou escrever cartas enviando notícias e novidades. Seus pais morreram em um acidente de carro quando Marcos tinha 5 anos e ele nunca chegou a conhecê-los.
O pai de Marcos desapareceu quando ele tinha 1 ano e meio e ninguém nunca ficou sabendo o que aconteceu com ele. Sua mãe nada lhe contou ,somente que ele tinha morrido em um acidente de carro. Ele nunca aceitou bem essa estória mas também nunca tocou no assunto,pra ele somente sua mãe era suficiente....
Isso era o que Dona Maria pensava mas Marcos ouvira uma conversa entre sua mãe e a sua melhor amiga Sônia, que seu pai batia muito nela e era muito violento. Soube também
que seu nascimento foi fruto de um estupro e o sumiço de seu pai foi para não assumir uma criança.
O relacionamento conturbado fez o pai de Marcos sumir aos poucos,depois do estupro ,tentou-se desculpar mas nunca parecia ser sincero. Sumia por meses e quando voltava brigava e acusava Dona Maria de ter ficado com a criança,que isso atrasaria sua vida e ele não iria assumir. Dona Maria então resolveu assumir a criança sozinha sem ajuda de ninguém até que um dia o pai de Marcos não retornou mais.
Na época com 7 anos ouvira tudo e numa atitude incondizente a sua idade, jurou que nunca seria esse tipo de homem. Jurou que não teria filhos e nunca trataria uma mulher com violência,jurou também que não tocaria nesse assunto com sua mãe. E assim o fez.

Dona Sônia era sua confidente,sempre estavam juntas rindo ou chorando,Marcos a tratava como tia. Pedia inclusive sua benção sempre que se encontravam.
Ma nessa noite ele não falou com Dona Sônia ,ele nem a viu,colocando a mão nos seus ombros tentando consolá-lo.
Desesperado e em prantos Marcos entra na ambulância se lamentando por todas as vezes em que não escutou o que sua mãe lhe dizia. Pensava somente em poder ver aqueles olhos cansados se abrindo e dizendo uma benção a ele.


Passado duas horas desde que chegou ao hospital uma outra presença amiga além de Dona Sônia veio consolá-lo. Era Alice.
Alice era uma jovem inteligente de corpo longilíneo e cabelos loiros longos. Usava óculos e tinha sardas o que escondia sua beleza. Era apaixonada por Marcos mas nunca demonstrou,preferiu ser somente sua melhor amiga. Pra ela já era suficiente tê-lo dessa forma.
Alice sempre contava tudo sobre sua vida e era sua parceira de estudos. Marcos falava pouco,mas
se falassem sobre carros ou futebol,começava a tagarelar. Dizia que um dia teria um lamburguini.
Já Alice era apaixonada por motos,os dois ficavam horas a fio conversando sobre motores,campeonatos,cilindradas.....


Marcos quando a viu desmanchou e chorava que nem menino. Abraçava ela forte. Alice ficou perdida. Nunca imaginou que aquele rapaz considerado por muitos frio e insensível ficaria nesse estado e ainda mais por uma pessoa que as vezes parecia ignorar.
Com muito esforço ela conseguiu acalmá-lo e passado o susto o médico informou que ela poderia ir embora no dia seguinte. Ficaria em observação mas não poderia ter emoções fortes.
Marcos estranhou a forma com a qual o doutor falava e com sua forma direta perguntou sem arrodeios o que realmente estava acontecendo. Nessa hora Dona Sônia entendeu tudo e ficou calada.
Sua confidente acompanhara Dona Maria nas últimas consultas e sabia do estado delicado dela.
Portou-se de maneira tranquila e ele nada percebeu.


O doutor respirou fundo e desabafou:
Sua mãe esta com um problema sério no coração,ela estava em tratamento conosco e nunca nos deu nenhum número para contato. Pensávamos que não tinha família.
Dona Sônia com medo de ser exposta,por não revelar o segredo olhou para o médico e perguntou :
Há algo que possa ser feito para curá-la?



Ninguém notara que Marcos começara a tremer e suas pernas pareciam moles,sentia uma culpa grande por não ser mais aberto a única família que tinha,pensava em toda dor que sua mãe passou sem poder compartilhar ou contar com ele.
O médico prosseguiu:
infelizmente não tem como reverter esse quadro só amenizar,.A cirurgia é muito arriscada mas talvez seja a melhor opção.

Seu bipe começou a tocar e ele falou:

Deixarei vocês a sós e se quiserem podem vê-la.... mas com calma!
Preciso ir a UTI agora.

Marcos parecia ter saído do corpo,sentado no banco com os olhos fixos,não piscava,não falava,parecia até ter parado de respirar. Alice achou que a melhor coisa a fazer era calar também e deixá-lo reagir sozinho. Dona Sônia a seguiu em atitude.
Passados alguns minutos ele se direcionou ao quarto onde sua mãe estava e sem dizer uma palavra sentou-se ao seu lado e com lágrimas escorrendo pelo rosto olhou para aquela senhora que com um semblante de paz e cansado que dormia profundamente. Em silencio pegou uma cadeira,sentou-se , segurou sua mão e debruçou-se sobre a cama. Alice e Dona Sônia entraram no quarto e tocaram sua costas,decidiram que voltariam quando amanhecesse.
Alice tentou falar-lhe isso mas ele não se moveu e nada falou.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

partes...

Depois que comecei meu tratamento começei a ter novas idéias pro meu livro e ao contrário das pessoas normais,vou começar postando do meio uma experiência que serviu pro livro.
Depois disso consegui ter mais idéias e espero sua ajuda para continuar esse trabalho.
Agradeço a todos.


CAPÍTULO 11

Todos cometemos erros em algum momento de nossa vida,uns mais que outros.
As vezes se relacionam com o fato de alguém não te dar atenção,outras vezes por silenciar quando é necessário palavras.Outras vezes por errar como um talento natural não o reconheçamos como defeito.
Não sou vítima dos meus erros ,sei reconhece-los porém é necessário também que se admita que o recepiente dessas consequências também um pouco de culpa.
O pior sentimento que um ser humano pode ter é sentir-se imcompleto.Com mil coisas a serem ditas e sentidas sem poder,com várias coisas que poderiam ser feitas e não foram.Com tanta vergonha sem poder ser perdoado.
Quando a gente luta contra alguém a gente sabe aonde atingir para obter uma vitória ou enfraquecer o inimigo,mas o que fazer quando vc não está lutando contra o inimigo mas contra uma genética traiçoeira que não deixa seu lado humano aparecer? Sim ai vc acaba magoando o hospedeiro e destruindo o único lugar que vc tinha de paz.Acaba dizendo asneiras que magoam mais que uma surra,acaba trancando quem já estava pronto pra sair da gaiola e voar.Especialmente se a irresponsabilidade faz vc sentir raiva.
Dai alguém sábio pode dizer : Vc esta livre agora,viva! Não há ninguém mais te prendendo.
Como sentir-se livre se estou preso?
Preso com culpa,com raiva com a garganta cortando as amídalas querendo gritar palavras que talvez nunca serão ditas.Desejando que o tempo torne dias em segundos e não nos endureça,não nos corroa de mágoas.
Desde o dia em que a conheci meu coração tornou-se bobo por achar que estava livre,sentir seu cheiro e seu toque faziam eu cada vez mais esquecer os grilhões.A realidade é fato,mas se fosse boa não haveriam tantos motivos para fugir dela,tantos livros ou filmes.

Já me chamaram de dramático.... mas ser emotivo e deixar o que o coração sente expor é isso? Se for tudo bem pra mim.
Não sou maduro,não sou perfeito,não sou sábio.Mas vivi de tudo um pouco,aprendo pouco diariamente e a perfeição é algo que nunca atingirei.Sei mais de meus defeitos que minhas qualidades.Pra que conquistar o mundo se o que preciso conquistar está longe,torcido em lembranças que permacem guardadas na poeira? Meus sentimentos não são fictícios nem podem ser transformados de uma hora pra outra por esse tonto racional chamado realidade.Esse fulano sentimental chamado coração insistia em pensar que estava seguro,que sua busca tinha cessado.

Mas só sei que o que esse coração desvairado procura esta descompassado,intenso,impaciente e morrendo de medo de sentir.Não vai deixar de fazer besteiras,não vai se consertar mas sei que um dia ele aprenderá a seguir seu ritmo natural e quem sabe poderá ser sua delta quando alçares voô.

Quanto a medicina ... nada melhor que um choque para perder o medo dela....Estou com medo do tratamento,o horripilante cheiro de èter me entontece.
E quantos aos erros seriam levianos e sem sentido se não servisse pra algo,pra alguma lição.Estou aprendendo a minha da pior maneira que é sentindo,que é te amando e tentando aceitar que não posso te ter mais ...pelo menos por enquanto.

Marcos estava tão submerso em seus pensamentos que não notou a enfermeira falando com ele .....

Trecho do livro Caminhos que em breve estarei postando completo no blog.
O livro se baseia em alguns fatos reais como esse mas em sua maioria é fictício.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

burrice

MARCELO FERRARI

Amar é Burrice

Você ama alguém? Desculpai, mas você é muito burro mesmo! Você ama de verdade? Do fundo do seu coração? Então você é um completo idiota. Não importa se você ama seu pai, sua mãe, sua esposa, seu marido, seus filhos, Jesus Cristo ou a humanidade, você é burro do mesmo jeito! Quer ver só? Se você ama, você perdoa. Quer burrice maior do que esta? A pessoa pinta, borda, sapateia e caga na sua cabeça, e você, emburricado de amor, ainda oferece a outra face. Me diga, qual é a lógica disto? Outro exemplo, se você ama, você trabalha de graça, você trabalha por amor ao oficio, sacrifício (sacro-oficio). Tipo Dalai Lama, Gandhi, Madre Teresa. E nem precisamos nos ater aos famosos, qualquer pai de família anônimo que trabalhe de chofer pros filhos já serve de exemplo. Se trabalhar de graça não é burrice, é ao menos injusto, não acha? Quer mais exemplos? Se você ama, você aceita o outro como ele é. Ai a coisa já fica irracional mesmo. A pessoa tem bafo de cinzeiro, barba feita com saliva, coça o saco, fala mal da sua família, come de boca aberta, e você, amante, com cara de Ronald Mac Donalds: sou palhaço e amo muito tudo isto! Só estando completamente fora do juízo pra fazer uma coisa dessas, concorda? E tem mais! Amar, além de burrice, é indigesto. Se você ama, aposto que já deve ter engolido muitos sapos, ciúmes, dores de cotovelo, orgulhos, comidas sem tempero, dívidas de cerveja, entre outras coisas. Assim, se você ama, além de burro, deve ter um estomago de avestruz. Agora, a pior noticia não é esta. Amar é burrice, mas com o tempo criamos uma maneira de conviver com esta gripe. O pior é que, segundo algumas tradições religiosas, o verdadeiro amor é um vírus que nunca morre. Ou seja, se você ama, além de burro, está fudido, eternamente. Sua única salvação, aliás, nossa única salvação, pois também sou vírus positivo, é que todas as ciências, todas as matemáticas e todas as filosofias da razão-pura estejam completamente apaixonadas por si mesmas, e assim, o amor não emburreça, mas pelo contrário, o raciocínio que se torne burro pra quem entende o amor.

posted by marcelo ferrari at 4.5.06